quinta-feira, 27 de novembro de 2014

SANTA CATARINA DE LABOURÉ

COMEMORAÇÃO: 27 DE NOVEMBRO


Celebramos neste dia o testemunho de vida cristã e mariana daquela que foi privilegiada com a aparição de Nossa Senhora, a qual deu origem ao título de Nossa Senhora das Graças ou da Medalha Milagrosa.

Santa Catarina de Labouré nasceu em Borgonha (França) a 2 de maio de 1806. Era a nona filha de uma família que, como tantas outras, sofria com as guerras napoleônicas.

Aos 9 anos de idade, com a morte da mãe, Catarina assumiu com empenho e maternidade a educação dos irmãos, até que ao findar desta sua missão, colocou-se a serviço do Bom Mestre, quando consagrou-se a Jesus na Congregação das Filhas da Caridade.

Aconteceu que, em 1830, sua vida se entrelaçou mais intimamente com os mistérios de Deus, pois a Virgem Maria começa a aparecer a Santa Catarina, a fim de enriquecer toda a Igreja e atingir o mundo com sua Imaculada Conceição, por isso descreveu Catarina:

"A Santíssima Virgem apareceu ao lado do altar, de pé, sobre um globo com o semblante de uma senhora de beleza indizível; de veste branca, manto azul, com as mãos elevadas até à cintura, sustentava um globo figurando o mundo encimado por uma cruzinha. A Senhora era toda rodeada de tal esplendor que era impossível fixá-la. O rosto radiante de claridade celestial conservava os olhos elevados ao céu, como para oferecer o globo a Deus. A Santíssima Virgem disse: Eis o símbolo das graças que derramo sobre todas as pessoas que mas pedem''.

Nossa Senhora apareceu por três vezes a Santa Catarina Labouré. Na terceira aparição, Nossa Senhora insiste nos mesmos pedidos e apresenta um modelo da medalha de Nossa Senhora das Graças. Ao final desta aparição, Nossa Senhora diz: "Minha filha, doravante não me tornarás a ver, mas hás-de ouvir a minha voz em tuas orações".

Somente no fim do ano de 1832, a medalha que Nossa Senhora viera pedir foi cunhada e espalhada aos milhões por todo o mundo.

Como disse Sua Santidade Pio XII, esta prodigiosa medalha "desde o primeiro momento, foi instrumento de tão numerosos favores, tanto espirituais como temporais, de tantas curas, proteções e sobretudo conversões, que a voz unânime do povo a chamou desde logo medalha milagrosa".

Esta devoção nascida a partir de uma Providência Divina e abertura de coração da simples Catarina, tornou-se escola de santidade para muitos, a começar pela própria Catarina que muito bem soube se relacionar com Jesus por meio da Imaculada Senhora das Graças.

Santa Catarina passou 46 anos de sua vida num convento, onde viveu o Evangelho, principalmente no tocante da humildade, pois ninguém sabia que ela tinha sido o canal desta aprovada devoção que antecedeu e ajudou na proclamação do Dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora em 1854.

Já como cozinheira e porteira, tratando dos velhinhos no hospício de Enghien, em Paris, Santa Catarina assumiu para si o viver no silêncio, no escondimento, na humildade. Enquanto viveu, foi desconhecida.


Santa Catarina Labouré entrou no Céu a 31 de dezembro de 1876, com 70 anos de idade.


Foi beatificada em 1933 e canonizada em 1947 pelo Papa Pio XII.


Santa Catarina Labouré, rogai por nós!








domingo, 23 de novembro de 2014

SANTO ANDRÉ DUNG-LAG E COMPANHEIROS MÁRTIRES

COMEMORAÇÃO: 24 DE NOVEMBRO


Neste dia comemoramos a santidade dos 117 mártires vietnamitas que testemunharam seu amor a Cristo, tanto na vida como na morte. O Papa João Paulo II, em 1988, canonizou na verdade alguns, dos muitos ousados na fé, que se encontram entre o período de 1830 até 1870.
O Vietnã conheceu a Boa-nova de Jesus Cristo no século XVI, e o acolheu em sua integridade: 

“Então, entregar-vos-ão à aflição, matar-vos-ão, sereis odiados por todos os pagãos por causa do meu nome…mas quem perseverar até o fim, este será salvo”. (Mt 24,9-13)

Santo André Dung-Lac, era de família pobre, reconheceu a riqueza do Dom Sacerdotal e foi ordenado Padre em 1823; em meio às perseguições desejava ardentemente testemunhar Jesus Cristo com o martírio, pois dizia que “aqueles que morrem pela fé sobem ao céu”.
Na Ásia, iniciou-se grande perseguição aos cristãos. De 1625 a 1886, os governantes tudo fizeram para despertar o ódio e a vingança contra a religião cristã e àqueles que anunciavam o Evangelho ou tornavam-se cristãos. Mas, quanto mais os perseguiam, mais aumentava o fervor dos cristãos. Esse período culminou com a morte de 117 santos: Sacerdotes, Bispos, pais de famílias, jovens, crianças, catequistas, seminaristas, militares. Todos estes mostrando a universalidade do chamado à Santidade com o próprio sangue.


Santo André Dung-Lac e companheiros mártires, rogai por nós!







sexta-feira, 21 de novembro de 2014

SANTA CECÍLIA, MÁRTIR

COMEMORAÇÃO: 22 DE NOVEMBRO



Santa Cecília, da nobre família romana dos Metelos, embora vivendo num meio pagão, bem cedo recebera de Deus a graça de conhecer a religião de Cristo. Os dotes físicos e morais da jovem parecem ter sido extraordinários. Adepta fervorosa da nova doutrina, o coração virginal, como uma flor aos primeiros raios do astro solar, abriu-se-lhe à luz que veio para iluminar os homens. O nobre caráter, quanto mais repugnância sentia das abominações pagãs, tanto mais se deixava encantar pela beleza da religião de Jesus. Para nada mais recear do mundo mau, dedicou todo o amor a Jesus Cristo, com quem, como a fidelíssimo Esposo, se ligou pelo voto de castidade. Tão profunda era sua convicção religiosa, tão sincera sua dedicação à causa de Jesus, por que nem por um segundo teria hesitado em sacrificar a vida, se a circunstâncias o exigissem. Estudava dia e noite o santo Evangelho, de onde se pode deduzir não só o ardente desejo de conhecer cada vez melhor o grande Mestre, o bom Jesus de Nazaré, mas também a resolução firme de modelar o coração pelo Coração Divino, nas virtudes, nas aspirações, no amor. Quando os seus pensamentos se concentravam no objeto do seu amor. Jesus Cristo e a única aspiração que nutria era ser cristã perfeita, os pais de Cecília, sem que a filha o soubesse, prometeram-na em casamento a um jovem patrício romano, chamado Valeriano. Se bem que tivesse alegado os motivos, que a levavam a não aceitar este contrato, a vontade dos pais se impôs de maneira a tornar-lhe inútil qualquer resistência. Assim se marcara o dia do casamento e tudo estava preparado para a grande cerimônia. Da alegria geral, que se estampava nos rostos de todos, só Cecília fazia exceção. A túnica dourada e o alvejante peplo que vestia, não deixava adivinhar que por baixo existia o cilício, e no coração lhe reinasse tristeza. Cecília tinha posto toda a confiança em Deus. Um jejum de três dias tinha-lhe servido de preparação para a festa, e em preces ardentes pedira ao divino Esposo defendesse-lhe a virgindade. No mesmo empenho tinha-se dirigido à Santíssima Virgem e ao santo Anjo da Guarda.
Estando só com o noivo, disse-lhe Cecília com toda a amabilidade e não menos firmeza: "Valeria-no, acho-me sob a proteção direta dum Anjo que defende e guarda minha virgindade. Não queiras, portanto, fazer coisa alguma contra mim, o que provocaria a ira de Deus contra ti". A estas palavras incompreensíveis para um pagão, Cecília fez seguir-se a declaração de ser cristã e, obrigada por um voto que tinha feito a Deus, de guardar a pureza virginal. Disse-lhe mais, que a fidelidade ao voto trazia a bênção, a violação, porém, o castigo de Deus. Valeriano, vivamente impressionado com as declarações da noiva, respeitou-lhe a virtude, mas manifestou desejo de ver aquele Anjo a que Cecília se referira, prometendo crer em Jesus Cristo e sua doutrina, se este desejo fosse cumprido. Cecília respondeu-lhe que isto só seria possível, se se resolvesse a receber o batismo. O jovem não opôs a mínima resistência e pediu à noiva proporcionasse-lhe ocasião de ser batizado. Cecília fê-lo dirigir-se ao Papa Urbano, o qual bondosamente o recebeu, o instruiu na santa religião e lhe conferiu o sacramento do Batismo. Feito cristão, Valeriano voltou para a casa e encontrou a noiva em oração. Qual não lhe foi a sua surpresa, quando de fato viu ao lado de Cecília um Anjo, rodeado de celestial esplendor. Uma alegria, antes nunca experimentada, invadiu-lhe o coração, e de pasmo e estupefação, não pôde proferir palavra. Historiadores antigos falam de duas esplêndidas coroas de rosas e lírios, de que o Anjo teria cingido os esposos, exortando-os à perseverança. Ambos se prostraram por terra, agradecendo a Deus as graças extraordinárias que tinham recebido.
Valeriano relatou ao irmão Tibúrcio o que se tinha passado e conseguiu que também este, se tornasse cristão. Também a Tibúrcio foi dado ver o Anjo, de que Valeriano e Cecília lhe tinham falado.
Não pôde ficar em silêncio a conversão dos dois irmãos. Almáquio, Prefeito de Roma logo dela teve conhecimento, citou-os perante o tribunal e exigiu perentoriamente que abandonassem, sob pena de morte, a religião que tinham abraçado. Diante da formal recusa, foram condenados à morte e decapitados. Também Cecília teve de comparecer na presença do irredutível juiz. Antes de mais nada, foi intimada a revelar onde se achavam escondidos os tesouros dos dois sentenciados. Cecília respondeu-lhe que os sabia bem guardados, sem deixar perceber ao tirano que já tinham achado destino, nas mãos dos pobres. Almáquio mais tarde cientificado deste fato, enfureceu-se extraordinariamente e ordenou que Cecília fosse levada ao templo e obrigada a render homenagens aos deuses. De fato foi conduzida ao lugar determinado, mas com tanta convicção falou aos soldados da beleza da religião de Cristo, que estes se declararam a seu favor, e prometeram abandonar o culto dos deuses. Almáquio, vendo novamente frustrado seu estratagema, deu ordem para que Cecília fosse trancada na instalação balneária do seu próprio palacete e asfixiada pelos vapores d'água.
Cecília experimentou uma proteção divina extraordinária, e embora a temperatura tivesse sido levada a ponto de tornar-se intolerável, a serva de Cristo nada sofreu. Segundo outros a Santa foi metida em um banho de água fervente, de que saiu ilesa. Almáquio recorreu então à pena capital. Três golpes vibiou o algoz, sem conseguir separar a cabeça do tronco. Cecília, mortalmente ferida, caiu por terra e ficou três dias nesta posição. Aos cristãos que a vinham visitar dava bons e caridosos conselhos. Ao Papa entregara todos os bens, com o pedido de distribuí-los entre os pobres. Outro pedido fora de transformar a sua casa em igreja, o que se fez logo depois da sua morte. No terceiro dia a bela alma uniu-se ao divino Esposo. O corpo, vestido de túnica imperial, foi enterrado no novo cemitério, perto da "via Ápia". As diversas invasões dos Godos e Lombardos fizeram com que os Papas resolvessem a trasladação de muitas relíquias de Santos para as igrejas de Roma. O corpo de Santa Cecília ficou muito tempo escondido, sem que lhe soubessem o jazigo. Uma aparição da Santa ao Papa Pascoal I (817-824) trouxe luz sobre este ponto. Achou-se o caixão de cipreste, que guardava as preciosas relíquias. O corpo foi encontrado intacto e na mesma posição em que tinha sido enterrado. O esquife foi fechado num ataúde de mármore e depositado no altar de Santa Cecília. Ao lado da Santa acharam seu repouso os corpos de Valeriano, Tibúrcio e Máximo. Em 1599 por ordem do Cardeal Sfondrati foi aberto o túmulo de Santa Cecília, e o corpo encontrado ainda na mesma posição descrita pelo Papa Pascoal.
O escultor Stefano Maderno que assim o viu, reproduziu em finíssimo mármore em tamanho natural a sua imagem.
A Igreja ocidental como a oriental, teve em grande veneração a gloriosa Mártir, cujo nome figura no Cânon da Santa Missa. O ofício da Festa traz como antífona um tópico, das atas do martírio de Santa Cecília, as quais afirma que a Santa, nos festejos do casamento, ouvindo o som dos instrumentos musicais teria elevado o coração a Deus nestas piedosas aspirações: "Senhor, guardai sem mancha meu corpo e minha alma, para que não seja confundida". Desde o século 15 Santa Cecília é considerada Padroeira da música sacra.

REFLEXÕES

Como das demais artes, também da música a Igreja se serve para abrilhantar o culto divino. Objeto mais digno que o próprio Deus, as artes não podem ter; sendo Ela a fonte de tudo que é belo, de tudo que é perfeito. A música, para ser admitida no serviço de Deus, deve tornar-se digna desta grandiosa vocação. Para Deus só o melhor, para o culto divino só o que há de mais perfeito. Há uma música profana, uma música religiosa e uma música sacra. A primeira é arte do mundo, mais ou menos aparatosa, mais ou menos artística, destinada a deliciar os ouvidos e abrilhantar as festividades do mundo. É a música que se ouve nos teatros, nos concertos, nas festas profanas e nos lugares de divertimentos. Esta espécie de música não serve para o culto divino e dele está excluída por princípio. Há ainda a música, que bem difere da primeira, já mencionada. É uma música mais suave, que mais ou menos traduz os enlevos religiosos e os da alma; são composições que objetivam assuntos religiosos. Esta espécie de música dispõe dos recursos e dos meios de expressão da música profana, e dela tira o que precisa, para exprimir o colorido do caráter que lhe é próprio. Há músicas religiosas que pb ser admitidas nas igrejas, o quedepende do exame conciencioso de quem é competente na matéria. A música sacra é a música própria da Igreja, a música litúrgica oficialmente aprovada e autêntica. A Igreja faz questão em ver observadas suas determinações relativas à música sacra; e grande é a responsabilidade das autoridades eclesiásticas neste particular. A música na Igreja não deve visar outra coisa senão a glória de Deus e a edificação dos fiéis. Admitir músicas profanas e indignas no culto divino, é pecado, por ser uma profanação do templo de Deus e um escândalo para os fiéis. Aqueles que devem interessar-se mais de perto pela música sacra, não podem deixar de ler e estudar o Motu próprio de Pio X sobre a música sacra, documento de alto valor, que é considerado o código musical da Igreja Católica.


quinta-feira, 20 de novembro de 2014

SÃO GELÁSIO I

COMEMORÇÃO: 21 DE NOVEMBRO




Nascido em Roma, Gelásio era de origem africana, culto, inteligente e dotado de personalidade forte. Cristão fervoroso, era conselheiro do papa Félix III, que vinha tentando conciliar as igrejas do Ocidente e do Oriente. Em 492, com a morte do papa, ele foi eleito sucessor para dar continuidade a essa política, o que não conseguiu por causa da oposição do imperador Anastácio I.

Papa Gelásio I muito fez para a manutenção da doutrina recebida dos apóstolos, combatendo e tentando eliminar as heresias dos sacerdotes Mane e Pelágio. Foi o primeiro pontífice a expressar a máxima autoridade do bispo de Roma sobre toda a Igreja. Deixou isso claro em uma carta escrita por ele a Anastácio I, na qual se faz uma nítida distinção entre poder político e poder religioso.

Também desenvolveu um grande trabalho de renovação litúrgica. Organizou e presidiu o sínodo de 494, no qual saiu aprovada a grande renovação litúrgica da Igreja. Assim, ele instituiu o Sacramentário Gelasiano, para uniformizar as funções e ritos das várias igrejas. Trata-se do decreto que, levando o seu nome, contém cerca de cinquenta prefácios litúrgicos, uma coletânea de orações para recitar durante a missa. Atualmente, esse e os outros decretos que assinou fazem parte do acervo do Museu Britânico.

Papa Gelásio I viveu em oração e insistia que seus clérigos fizessem o mesmo. Segundo Dionísio, o Pequeno, ele procurou mais servir do que dominar e morreu pobre, depois de enriquecer os necessitados. Por sua caridade, foi chamado "papa dos pobres". Morreu em 21 de novembro de 496, em Roma.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

SÃO ROQUE GONZALES
COMEMORAÇÃO: 17 DE NOVEMBRO



17 de Novembro - São Roque Gonzales


"Matastes a quem tanto vos amava. Matastes meu corpo, mas minha alma está no céu."

Contam os escritos que estas palavras foram ouvidas pelos índios que assassinaram o missionário jesuíta Roque Gonzalez e seus companheiros, padres Afonso Rodrigues e João de Castillo, em 1628. As palavras foram prodigiosamente proferidas pelo coração de padre Roque, ao ser transpassado por uma flecha, porque o fogo não tinha conseguido consumir.

Os três padres eram jesuítas missionários na América do Sul, no tempo da colonização espanhola. Organizavam as missões e reduções implantadas pela Companhia de Jesus entre os índios guaranis do hoje chamado Cone Sul. O objetivo era catequizar os indígenas, ensinando-lhes os princípios cristãos, além de formar núcleos de resistência indígena contra a brutalidade que lhes era praticada pelos colonizadores europeus. Elas impediam que eles fossem escravizados, ao mesmo tempo que permitiam manter as suas culturas. Eram alfabetizados através da religião e aprendiam novas técnicas de sobrevivência e os conceitos morais e sociais da vida ocidental. Era um modo comunitário de vida em que todos trabalhavam e tudo era dividido entre todos. O grande sucesso fez que os colonizadores se unissem aos índios rebeldes, que invadiam e destruíam todas as missões e reduções, matando os ocupantes e pondo fim à rica e histórica experiência.

Roque foi um sacerdote e missionário exemplar. Era paraguaio, filho de colonizadores espanhóis, nascido na capital, Assunção, em 1576. A família pertencia à nobreza espanhola, o pai era Bartolomeu Gonzales Vilaverde e a mãe era Maria de Santa Cruz, que o criaram na virtude e piedade. Aos quinze anos, decidiu entregar sua vida a serviço de Deus. Ingressou no seminário e, aos vinte e quatro anos de idade, foi ordenado sacerdote. Padre Roque quis trabalhar na formação espiritual dos índios que viviam do outro lado do rio Paraguai, nas fazendas dos colonizadores.

O resultado foi tão frutífero que o bispo de Assunção o nomeou pároco da catedral e depois vigário-geral da diocese. Mas ele renunciou às nomeações para ingressar na Companhia de Jesus, onde vestiu o hábito de missionário jesuíta em 1609. Depois, passou toda a sua vida a serviço dos índios das regiões dos países do Paraguai, Argentina, Uruguai, Brasil e parte da Bolívia. Em 1611, chefiou por quatro anos a redução de Santo Inácio Guaçu. Em 1626, fundou quatro reduções: Candelária, Caaçapa-Mirim, Assunção do Juí e Caaró.

Foi na Redução de Caaró, atualmente pertencente ao Brasil, que os martírios ocorreram, em 15 de novembro de 1628. Depois de celebrar a missa com os índios, padre Roque estava levantando um pequeno campanário na capela recém-construída, quando índios rebeldes, a mando do invejoso e feiticeiro Nheçu, atacaram aquela e a vizinha Redução de São Nicolau. Mataram todos e incendiaram tudo. Padre João de Castillo morreu naquela de São Nicolau, enquanto padre Afonso Rodrigues, que ficou na de Caaró, morreu junto com padre Roque Gonzales, esse último com a cabeça golpeada a machado de pedra.

Dois dias depois, os índios rebeldes voltaram para saquear os escombros. Viram, então, que o corpo de padre Roque estava pouco queimado, então transpassaram seu coração com uma flecha. Foi aí que ocorreu o prodígio citado no início deste texto e mantido pela tradição. Eles foram beatificados pelo papa Pio XI em 1934 e canonizados pelo papa João Paulo II em 1988, em sua visita à capital do Paraguai. A festa de são Roque Gonzales ocorre no dia 17 de novembro.


sexta-feira, 14 de novembro de 2014

SÃO SERAPIÃO

COMEMORAÇÃO: 14 DE NOVEMBRO




A vida deste santo encerra um capítulo da história européia, pois que sua aventura humana e espiritual reflete os fatos de sua época, nos quais esteve presente, se bem que só como “coadjuvante”, talvez a contragosto.

Filho de um capitão inglês a serviço do rei Henrique II, em 1190 participou com o pai da terceira cruzada, sob o comando do célebre Ricardo Coração de Leão. No regresso, foi feito prisioneiro das tropas do duque da Áustria, próximo da laguna vêneta, e mantido como refém.

O duque gostou dele e o tomou a seu serviço na expedição de ajuda ao rei da Espanha contra os mouros. Quando chegaram, a batalha havia terminado. Serapião conseguiu então ficar a serviço do rei Afonso de Castela, para voltar novamente à Áustria, quando o duque tomou parte na quinta cruzada. Neste ponto se encerra sua aventura militar.

Passa, na realidade, a militar sob uma outra bandeira: conhece Pedro Nolasco, o fundador dos mercedários, e decide juntar-se a ele para dedicar-se ao resgate dos escravos.

Para sua primeira missão pacífica dirige-se com são Raimundo Nonato a Argel. Conseguem libertar 150 escravos. E como tinha aprendido a arte da guerra, teve o encargo de seguir as tropas espanholas na conquista das Baleares. Em todo caso, sua missão era fundar nessas ilhas o primeiro convento de sua ordem, que depois confiou à direção de um confrade. Em seguida, dirigiu-se à Inglaterra a fim de erigir um posto avançado da ordem.

Dessa vez, porém, a expedição teve um epílogo trágico: o navio foi assaltado por corsários, Serapião barbaramente espancado e lançado em uma praia deserta porque considerado morto. Recolhido por alguns pescadores, refez-se e pouco depois prosseguiu a viagem para Londres, onde não teve vida fácil.

Foi expulso de modo grosseiro, por haver desaprovado a injusta apropriação dos bens eclesiásticos pelo governo. Voltou à Espanha e prosseguiu na obra caritativa de resgate dos prisioneiros, até que os mouros voltaram sua raiva contra ele: crucificaram-no numa cruz de santo André e, depois de atrozes torturas, decapitaram-no. Seu culto foi confirmado em 1728.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Santo Estanislau Kostka

Comemoração: 13 de Novembro



A semelhança do jovem santo polonês com o contemporâneo são Luís Gonzaga é extraordinária. Ambos provinham de rica e nobre família e conservavam a mesma candura em uma sociedade frívola, à qual se subtraíram com coragem, indo fazer parte da Companhia de Jesus.

Aos 13 anos, Estanislau foi confiado aos jesuítas de Viena para completar os estudos. Dado que as autoridades austríacas haviam requisitado o edifício do colégio reservado para os estudantes forasteiros, Estanislau teve de recorrer a um quarto de aluguel, como todos os outros alunos, os quais, todavia, longe dos olhos dos severos mestres, foram presa fácil do belo mundo vienense.

Estanislau, ao contrário, manteve-se devoto e diligente, sem jamais deixar de frequentar a vizinha igreja. Estava assim amadurecendo o propósito de consagrar-se ao Senhor e, para evitar a recusa do pai, voltou-se diretamente para o padre Pedro Canísio, provincial dos jesuítas e futuro santo.

Eludindo a vigilância do preceptor com um hábil estratagema, Estanislau deixou Viena na volta de Dillingen. A reação do pai foi mais violenta que a prevista: ameaçou de fazer expulsar todos os jesuítas da Polônia, mas o jovem não voltou atrás em seus passos. Foi enviado a Roma para completar o noviciado e os estudos de filosofia no Colégio Romano, acolhido por um outro santo, Francisco de Borja, em outubro de 1567.

Mas restava-lhe só um ano de vida. Ele tinha prognosticado que morreria jovem, em um dia dedicado à Virgem, pela qual nutria uma terna devoção. Morreu efetivamente no dia da Assunção. Foi canonizado em 1767.








terça-feira, 11 de novembro de 2014

são josafá, precursor do ecumenismo

Comemoração: 12 de novembro


o dia 11  de novembro celebramos a memória do santo Bispo que derramou o seu sangue por amor do Supremo e Único Pastor das ovelhas, tornando-se precursor do ecumenismo. João Kuncevicz nasceu em Wladimir (Ucrânia), no ano de 1580, numa família de ortodoxos, ou seja, ligados à Igreja Bizantina e não à Igreja Romana.
Com a mudança de vida mudou também o nome para Josafá, pois era comerciante até que, tocado pelo Espírito do Senhor, abraçou a fé católica e entrou para a Ordem de São Basílio, na qual, como monge desde os 24 anos, tornou-se apóstolo da unidade e sacerdote do Senhor. Dotado de muitas virtudes e dons, foi superior de vários conventos, até tornar-se Arcebispo de Polotsk em 1618 e lutar pela formação do Clero, pela catequese do povo e pela evangelização de todos.
São Josafá, além de promover com o seu testemunho a caridade para com os pobres, desgastou-se por inteiro na promoção da unidade da Igreja Bizantina com a Romana; por isso conseguiu levar muitos a viverem unidos na Igreja de Cristo. Os que entravam em comunhão com a Igreja Romana, como Josafá, passaram a ser chamados de “uniatas”, ou seja, excluídos e acusados de maus patriotas e apóstolos, segundo os ortodoxos.
Aconteceu que numa viagem pastoral, Josafá, com 43 anos na época, foi atacado, maltratado e martirizado. Após ser assassinado, São Josafá foi preso a um cão morto e lançado num rio. Dessa forma, entrou no Céu, donde continua intercedendo pela unidade dos cristãos, tanto assim que os próprios assassinos mais tarde converteram-se à unidade desejada por Nosso Senhor Jesus Cristo.
São Josafá, rogai por nós!



segunda-feira, 10 de novembro de 2014

SÃO MARTIHO DE TOURS

11 de Novembro - São Martinho de Tours


Bastou o episódio do manto dividido em dois para abrigar contra o frio um mendigo encontrado à noite, quando estava de ronda, para torná-lo popular no decurso dos séculos. A vida de Martinho é constelada de gestos generosos.

Nascido na província romana da Panônia, o pai, militar, o encaminhou à mesma carreira em Pavia, para onde fora destinado. Martinho foi logo promovido ao grau de circitor, isto é, de ronda noturna, e foi durante este serviço que dividiu seu manto com o pobre friorento.

Recebeu o batismo na Páscoa de 339 e continuou a vida militar até os 40 anos. Depois da dispensa foi para Poitiers encontrar-se com o bispo Hilário, que o acolheu em sua diocese, ordenando-o exorcista e hospedando-o em uma vila um pouco distante, onde Martinho levou vida monacal, logo rodeado de discípulos.

Surgiu assim o primeiro mosteiro da Europa, em Ligugé. Realizava-se assim sua grande aspiração, expressa na juventude e contrariada pelo pai, obstinadamente pagão. Mas em Ligugé permaneceu apenas dez anos.

O bispo de Tours havia morrido, e os fiéis logo pensaram em Martinho. Não foi fácil convencê-lo; para vencer sua resistência, tiveram de recorrer a um estratagema: um certo Rusticus convidou-o a sua casa, para visitar a mulher enferma e tocá-la com as mãos. Martinho não pôde subtrair-se a um ato de caridade e foi. Mas no caminho um grupo de cristãos raptou-o e levou-o a Tours, onde a população o aclamou bispo. Isso também aconteceu a Ambrósio em Milão e a Agostinho em Hipona.

Martinho foi consagrado bispo em 4 de julho de 371. E foi um pastor zeloso e ativo, sobretudo um grande missionário, porque não se limitou a guiar seu rebanho e a servir de árbitro entre os cidadãos e as autoridades romanas. Percorreu os campos e as vilas e preparou seus sacerdotes para a missão, fundando em Mormutier o primeiro centro de formação missionária da Gália.








domingo, 9 de novembro de 2014

                             SANTO ORESTES

COMEMORAÇÃO:  09/11

Orestes é um nome de origem rude, de trágica lembrança, e muito divulgado no mundo cristão. Rude porque significa "homem da montanha". De lembrança trágica porque, segundo a literatura grega, era filho de Agamênon, a quem vingou a morte ao matar a esposa adúltera, a própria mãe. E divulgado entre os cristãos porque é o nome de um mártir da fé.

No livro dos santos da Igreja, só encontramos um com este nome. Dele sabemos, com certeza, que no final da Antiguidade era venerado como um mártir no dia de sua morte: 9 de novembro. E que alguns mosteiros importantes foram dedicados a ele, como o da Capadócia, no século IV.


Mais tarde, soube-se da participação de um monge do mosteiro de santo Orestes no segundo Concílio de Nicéia, onde saíram condenados os hereges iconoclastas, isto é, os cristãos que destruíam as pinturas e objetos sagrados.



Provavelmente, esse monge era do Mosteiro da Capadócia, onde as relíquias mortais do mártir Orestes estavam guardadas. Como a sepultura estava sob a construção, os dados de santo Orestes nunca foram encontrados e ninguém soube ao certo a sua origem.



A tradição relata sua vida começando pelo ponto culminante: a morte pelo testemunho da fé. A fé cristã sempre foi marcada, ao longo dos séculos, pelos sacrifícios de seus seguidores, iniciados com a crucificação pela Paixão de Jesus Cristo. Orestes foi mais um desses mártires, provavelmente morrendo na última perseguição aos cristãos decretada pelos romanos.



Temos uma narração milenar vinda da Capadócia que nos coloca Orestes como um médico acusado de incitar o povo contra a idolatria. Um médico, de fato, pode exercer muita influência sobre o ânimo dos doentes, que estão necessitados de ajuda material, mas que também precisam de conforto espiritual. Denunciado como cristão e pregador da nova fé, Orestes não negou.



Durante o julgamento público, ele clamou que o céu lhe concedesse um prodígio capaz de cair sobre o povo, que queria trair a verdade do cristianismo. Imediatamente, foi atendido. Orestes, apenas com um sopro, fez as estátuas dos ídolos voarem como folhas mortas e as colunas do templo caírem, como se fossem de fios de palha. Foi condenado à morte.



Mas antes foi torturado com pregos e arrastado por um cavalo. No final, com o cadáver desfigurado, foi atirado num rio, que devolveu seu corpo refeito e coberto com uma magnífica túnica. Foi assim que as relíquias do mártir chegaram naquele antigo local, onde existiu o famoso mosteiro de santo Orestes, na Capadócia, atual Turquia.






sábado, 8 de novembro de 2014

SÃO TEODORO MÁRTIR

COMEMORAÇÃO: 19 DE NOVEMBRO



São Teodoro, um dos grandes soldados mártires para os Orientais
O santo de hoje, São Teodoro, foi um soldado que acabou sendo decapitado na Província do Ponto por confessar a fé cristã.
Era já venerado no século IV. Achaita (Tchorum, Turquia), onde se encontra o seu túmulo, atraiu durante muito tempo os peregrinos.
A lenda depressa lhe embelezou a memória, atribuindo-lhe toda a espécie de aventuras, em particular, como a São Jorge, ter matado um dragão.
Com São Jorge e São Demétrio, é um dos “três grandes soldados mártires”, para os Orientais.
São Teodoro, rogai por nós!










quinta-feira, 6 de novembro de 2014

SANTO EXPEDITO

COMEMORAÇÃO: 19 DE ABRIL
Santo Expedito, segundo a tradição, era armênio, não se conhecendo o lugar de seu nascimento. Era chefe da 12ª Legião Romana, cognominada "Fulminante", estabelecida em Metilene, na Capadócia, sede de uma das províncias romanas da Armênia, e onde sofreu seu martírio.
Santo Expedito levava uma vida devassa; mas um dia, tocado pela graça de Deus, vendo uma grande luz, tudo mudou em sua vida. Foi então que lhe apareceu o Espírito do mal, em forma de corvo, e lhe segredou “cras….! cras….! cras….!” palavra latina que quer dizer: “Amanhã…! amanhã…! amanhã…!, isto é – Deixe para amanhã! Não tenha pressa! Adie sua conversão!”.
Mas Santo Expedito, pisoteando o corvo, esmagou-o, gritando: HODIE! Quer dizer: HOJE! Nada de protelações! É pra já!” É por isto que o Santo Expedito é invocado nos casos que exigem solução imediata, nos negócios em que qualquer demora poderia causar prejuízo.
A Armênia foi uma das primeiras regiões a receber a pregação dos apóstolos Judas Tadeu, Simão e Batolomeu, mas foi também local de inúmeras perseguições aos cristãos. Essa região foi regada com o sangue de muitos mártires, entre eles Santo Expedito, levado à morte a 19 de Abril de 303, por Deocleciano.
Deocleciano subiu ao trono de Roma em 284 e, devido ao seu caráter, parecia oferecer, aos cristãos, garantias de benevolência, pois havia em seu palácio a liberdade de religião.
Porém, por influências de seu genro pagão, Galero, determinou a perseguição dos cristãos, ordenando a destruição de igrejas e livros sagrados, a suspensão das assembleias cristãs e a renúncia de todos os cristãos. Galero, sempre incitado por sua mãe, também pagã, queria abolir para sempre o Cristianismo e, através de insinuações maldosas e mentiras, fez Deocleciano crer que o cristianismo conspirava de várias formas contra a nobreza do imperador.
Deocleciano, então, empreendeu a exterminação sistemática dos cristãos, envolvendo, inclusive, os membros de sua própria família e os servidores de seu palácio. O evento tornou-se um holocausto sangrento, com oficiais, magistrados, o bispo da Nicomédia (Antino), padres, diáconos e simples fiéis, assassinados ou afogados em massa.
A energia do generoso soldado Expedito e sua situação de chefe de legião chamaram a atenção de Deocleciano quando as perseguições começaram. Entre muitos que já haviam pagado com a vida, estavam Maurício, outro chefe de legião, Marcelo, centurião romano e Sebastião, tribuno da guarda pretoriana, hoje conhecido como São Sebastião. Sendo assim, Expedito e seus companheiros de armas, cheios de admiração pelo capitão Sebastião, prometeram imitar sua conduta, sabendo que teriam a mesma sorte de enfrentar a morte a ter que renunciar sua fé.
Assim ocorreu com Santo Expedito que, depois de ser flagelado até derramar sangue, teve a cabeça decepada. Era o dia 13, das calendas de Maio, ou 19 de Abril de 303, afirmam os martinólogos da época. Somente em 324, com a retomada da autoridade do imperador cristão Constantino, as terríveis perseguições tiveram fim.
O culto a Santo Expedito se estabeleceu em sua pátria, transpondo o Oriente e passou para a Alemanha meridional. De lá se espalhou pela Itália, Espanha, França e Bélgica. Em várias igrejas do mundo apresentam-se estátuas representando Santo Expedito, com traje legionário, vestindo uma túnica curta e um manto jogado militarmente atrás dos ombros, tendo postura militar. Em uma mão segura uma palma e na outra uma cruz.

Santo Expedito é invocado nos casos em que se exige solução imediata e recebeu o título de patrono das "Causas Urgentes". Ele não adia seu auxílio para amanhã, atende sua prece hoje ou na hora em que mais se precisa de ajuda.
Mas não se deve esquecer que o melhor culto que se pode tributar-lhe não é somente invocá-lo nos "casos urgentes", e sim imitá-lo na prática generosa da virtude, no temor e serviço a Deus e no cumprimento fiel de todos os deveres do nosso estado.

HÉLIO RIBEIRO NARRA VIDA 

DE SANTO EXPEDITO



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MÚSICA - SANTO EXPEDITO